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Mãe de paciente defende médico cubano na Bahia

22/11/2013 14:53

 

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Leilão de aeroportos: um su-ces-so ! Urubóloga pisa no tomate

22/11/2013 14:44

 

Publicado em 22/11/2013

Leilão de aeroportos:
um su-ces-so ! Urubóloga
pisa no tomate

Os estrangeiros fogem – mas é da Globo Overseas. O que dirá – pela frente – o Dudu ?

 

 

Como diz a Ministra Miriam Belchior, o que o Príncipe da Privataria fez foi vender.

A Dilma aluga.

Se quiser, pega de volta.

Ou, como diz o Delfim: o Príncipe vendeu as joias da família e endividou a família.

Um jenio !

Por falar em jenio: de que vive o Cerra ?

Ao leilão que demonstra  o horror que o capital estrangeiro tem do Governo da guerrilheira:

 

Com ágio de 293% no Galeão e de 66,05% em Confins, aeroportos são leiloados por R$ 20,838 bilhões




O consórcio Aeroportos do Futuro venceu o leilão pela concessão por 25 anos do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, pelo valor de R$ 19,018 bilhões. Na mesma disputa, com a proposta de R$ 1,82 bilhão, o consórcio AeroBrasil conquistou a concessão, por 30 anos, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, no município de Confins (MG). O arremate aconteceu nesta sexta-feira (22), na BMF&BOVESPA, em São Paulo, num valor total de R$ 20.838.888.000.

No Galeão, o ágio chega a mais de 293% do valor mínimo, que era de R$ 4,828 bilhões, enquanto que em Confins, o lucro do governo sobre o lance mínimo (R$ 1,096 bilhão) é de 66,05%. As empresas que conseguiram as concessões são donas majoritárias dos dois aeroportos, com 51% de participação, enquanto a Infraero permanece como sócia minoritária dos terminais, com 49%. Os operadores aeroportuários dos consórcios terão, no mínimo, 25% de participação.

Galeão e Confins respondem, juntos, pela movimentação de 14% dos passageiros do país (27,9 milhões de passageiros/ano), 10% da carga e 12% das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro. Com estes, são seis aeroportos concedidos à iniciativa privada, com contratos geridos e fiscalizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), na mesma situação que São Gonçalo do Amarante (RN), concedido em agosto de 2011, Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF), leiloados em fevereiro de 2012.



São quatro os pontos de diferenças entre a rodada de concessão realizada nesta sexta-feira, para Galeão e Confins, e em fevereiro de 2012, para Guarulhos, Viracopos e Brasília: (1) previsão de melhorias de curto prazo na rodada atual; (2) exigência para operador aeroportuário de 5 milhões de passageiros/ano para os aeroportos da primeira rodada, e de 22 milhões para o Galeão e de 12 milhões para Confins; (3) os operadores da rodada atual deverão ter no mínimo 25% de participação no consórcio, contra 10% estabelecidos no processo de concessão anterior; (4) para os aeroportos concedidos em 2012, a contribuição variável é de 10% para Guarulhos, 5% para Viracopos e 2% para Brasília. Em Galeão e Confins será de 5%.

Melhorias imediatas

O governo estipulou 32 indicadores que contemplam aspectos de qualidade do serviço prestado no aeroporto, como a disponibilidade de assentos, elevadores e escadas rolantes, entre outros. A avaliação será feita por meio deles e por pesquisa de satisfação com os usuários. Os resultados poderão ter impacto no reajuste das tarifas recebidas pelo operador aeroportuário.

As melhorias de curto prazo na infraestrutura, estabelecidas no Plano de Ações Imediatas, tem o objetivo de melhorar a experiência do usuário na utilização do aeroporto. São exemplos: melhoria de banheiros, reforma das sinalizações e acesso gratuito à internet (Wi-fi).

Obras obrigatórias

Segundo a ANAC, em Confins, as obras obrigatórias incluem a construção de novo terminal de passageiros com, no mínimo, 14 pontes de embarque até 30/04/2016 e vias terrestres associadas, além da ampliação do pátio de aeronaves até 30/04/2016 e da construção da segunda pista independente até 2020 ou gatilho de 198.000 movimentos/ano.

Já no Galeão, fazem parte das melhorias obrigatórias: a construção de 26 pontes de embarque até 30/04/2016, a construção de estacionamento com capacidade mínima para 1.850 veículos (fim de 2015), a adequação das instalações para armazenamento de carga (para os jogos olímpicos de 2016), ampliação do pátio de aeronaves até 30/04/2016 e a construção de sistema de pistas independentes até atingir o gatilho de 262.900 movimentos/ano.


Em tempo:
Dilma, cuidado com o Wellington Moreira Franco. Pergunta ao Fernando Henrique o que ele acha do Moreira -  que o serviu com igual devoção. Por falar em PMDB, clique aqui para ler: Eduardo Cunha, o Supremo te espera de braços abertos.

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Joaquim Barbosa e os black blocs midiáticos na campanha de 2014

22/11/2013 09:58

Joaquim Barbosa e os black blocs midiáticos na campanha de 2014

publicado em 19 de novembro de 2013 às 16:47

por Luiz Carlos Azenha

Assustada com o que leu nas redes sociais desde a prisão dos petistas condenados pelo STF, uma leitora desabafou no Facebook: “Fascismo social”. Confesso que também me assustei, tanto quanto me assustei naquela manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, quando a multidão enfurecida expulsou militantes de esquerda e de movimentos sociais. Exultante, o repórter da TV Bandeirantes registrou na edição da noite seguinte: “Escorraçados”.

Que os condenados deveriam ir de carroça até a prisão, puxando uns aos outros; que deveriam ser fuzilados com um tiro de 7mm; que deveriam ser entregues aos black blocs, supostamente para linchamento. Li e tenho registro do que foi escrito por gente que se identifica abertamente, com foto e tudo. É mais que a tradicional arrogância da elite brasileira, mais que expressão da licença para dispor do corpo alheio — como em nosso escravismo fundador — ou demonstração de que o entulho autoritário da ditadura está vivinho por aí.

No ano que vem será comemorado um aniversário de dez anos. A década em que a mídia corporativa brasileira repetiu basicamente o mesmo discurso sobre “o maior escândalo de corrupção da História”.  O “escorraçados” dito na TV pelo repórter da Band, sem qualquer tipo de reflexão ou contextualização, legitima, estimula e “naturaliza” o discurso que ecoa hoje nas redes sociais. Mas também estamos diante de um fenômeno original.

Há algo intrínseco às redes sociais — à comunicação instantânea, sem fronteiras — que potencializa a violência verbal que temos testemunhado.

No interessante The Age of Insight, o cientista Eric Kandel explora os mecanismos pelos quais o cérebro humano desenvolve sua capacidade para empatia, ou seja, para entender — ainda que sem concordar — a posição do outro. Entender que o outro possa ter uma posição diferente da sua — e sobreviver sem ser “escorraçado” — é essencial à prática política. Uma das condições essenciais para a empatia, diz o cientista, é a troca de olhares — definidora de qualquer contato humano.

As redes sociais, onde as pessoas se escondem atrás da tela de um computador, algumas vezes no anonimato, são a antítese da “transparência” que pretendem representar. Ao mesmo tempo, o dinamismo oferecido pela comunicação instantânea nos afasta da reflexão e estimula respostas emocionais. É assim que se formam verdadeiras turbas eletrônicas, manadas virtuais dispostas ao linchamento, que em seguida transpõem para as ruas seu comportamento online.

Se por um lado as redes sociais permitem que todos se expressem — o que tem caráter altamente democrático, considerando que a liberdade de expressão sempre foi de muito poucos –, ao mesmo tempo contribuem para a atomização da opinião pública.

Alianças políticas sobre temas altamente emocionais, formadas em rede, nas quais internautas estimulam uns aos outros a agir, podem eventualmente transbordar para as ruas, como se deu nas manifestações de julho, mas se esvaziam com a mesma rapidez assim que a catarse se esvai.

Nos Estados Unidos, as alianças eventuais formadas em rede, a partir da reprodução de conteúdo midiático — especialmente da Fox News, de programas de debates em emissoras de rádio, mas também de blogs de direita como o Drudge Report — eventualmente se consolidaram num movimento intrapartidário, o Tea Party, que hoje dá direção ao Partido Republicano. É o melhor exemplo de casamento midiático-militante dos dias de hoje.

Dá para ouvir, no movimento, o eco das ideias simplórias e maniqueístas produzidas com didatismo pelas usinas midiáticas: o ‘peso’ e a ‘ineficiência’ do Estado; dar a vara de pescar, não o peixe; o sindicalismo corrupto; o multiculturalismo ‘esquerdizante’ e outros jargões de fácil apreensão e reprodução.

É possivel traçar um paralelo entre o Tea Party e o movimento neoliberal dos anos 70 e 80, que acompanhou a ascensão de Ronald Reagan à Casa Branca, as reformas internas nos Estados Unidos e a globalização a partir da plataforma econômica do consenso de Washington.

Lá atrás, os neoliberais se organizaram em torno de institutos, think tanks, bancados por grandes empresários direitistas, na capital norte-americana. A ideia era popularizar a produção intelectual de um grupo de neocons, o que foi feito através de revistas que circulavam junto à classe média. Reagan havia sido eleito ainda com sustentação da base tradicional do Partido Republicano, reforçada pelos cabos eleitorais da coalizão religiosa formada por evangélicos, católicos e judeus conservadores. Eram “os braços” de Reagan, a militância que o reelegeu em 1984.

Sob Reagan os neocons se instalaram em cargos-chave da burocracia, mas só assumiram o poder de fato muito mais tarde, através de George W. Bush, quando dispunham de uma grande massa de seguidores de diversas classes sociais, formada não apenas por revistas como Commentary e Weekly Standart, mas por programas de rádio de grande penetração, capazes de mobilizar milhões de pessoas, como os de Rush Limbaugh e outros.

Existe, porém, uma distinção importante entre os neocons, que se propunham e em certa medida revolucionaram o mundo, especialmente o Oriente Médio — deixando atrás de si um rastro de destruição — e o Tea Party. Este é um movimento claramente reacionário. Uma pesquisa recente com integrantes do Tea Party descobriu que ele é acima de tudo uma reação cultural à ascensão de Barack Obama, ou seja, tem uma forte base de racismo dissimulado, não apenas contra a cor da pele de Obama, mas contra a pregação multicultural “da elite de Harvard” (onde Obama estudou), que é vista como ameaça aos valores essenciais dos Estados Unidos.

Os que neste artigo eu chamo de black blocs da mídia brasileira (com o perdão dos anarquistas), que dizem nas redes sociais pretender fuzilar José Dirceu e José Genoino, também representam uma reação cultural à ascensão social promovida pelos governos Lula/Dilma, como escreveu aqui Gilson Caroni Filho. Mas não apenas.

Este movimento ainda amorfo e sem rumo expressa também os limites da política de alianças do PT, que garantiu vitórias eleitorais mas amarrou o partido a uma política econômica conservadora, que o impede de atender às enormes demandas da sociedade brasileira, que se tornaram ainda mais urgentes em regiões metropolitanas desiguais, violentas e carentes de serviços públicos essenciais.

Há muito mais que classe média aí.

Em certa medida, a despolitização do discurso cotidiano dos governos Lula/Dilma, associada ao intenso ativismo midiático, ajudou a gerar esta multidão de órfãos políticos, cuja expressão eleitoral mais recente foram os surpreendentes 20 milhões de votos de Marina Silva em 2010. Para as ruas, eles foram em julho. Agora, podem enfim conseguir quem os conduza.

É aquele que muitos chamam carinhosamente de Quincas, Joaquim Barbosa, o presidente do Supremo Tribunal Federal. Rodrigo Vianna escreveu um artigo interessante sobre o cálculo político que Barbosa talvez tenha feito ao decidir, de forma açodada, pela prisão dos réus do mensalão no feriado do 15 de novembro.

Hoje, nos bastidores da política, há os que acreditem que Barbosa é realmente um reformista togado, cujo primeiro objetivo foi punir o PT para em seguida fazer o mesmo com o PSDB e finalmente, no inquérito secreto 2474, chegar a um certo banqueiro.

Por outro lado, muitos estão certos de que o ministro vai se afastar do STF para ser vice de Aécio Neves ou lançar candidatura própria, em 2014.

O barbosismo traz consigo vários atrativos eleitorais: é centrado num outsider, um homem que veio de baixo, eleitor original de Lula e Dilma que poderia se propor a “corrigir” os erros do petismo e ao mesmo representar centenas de milhares de antipetistas que estão prontos para se unir à “revolta” contra o sistema. Tem classe média aí, sim, mas tem também uma grande dose de frustrados com o sistema político brasileiro, de todas as classes sociais, especialmente jovens.

Joaquim Barbosa seria uma espécie de John McCain, um cowboy tropical disposto ao acerto de contas com a “politicagem” de Brasília.

Sabemos muito bem o que esse tipo de “aventura” representou no passado e a elite econômica brasileira vai pensar algumas vezes antes de entregar o poder a alguém imprevisível, como fez com Fernando Collor diante do “mal maior”, Lula.

No desespero, nunca se sabe.

O ponto é que, mesmo que não tenha pretensões eleitorais, Joaquim Barbosa vai se tornando peça-chave nas eleições de 2014. Ele e sua imensa legião de black blocs midiáticos.

 

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PML lembra Herzog e faz alerta sobre Genoino

21/11/2013 11:12

 

247 – O colunista da Istoé Paulo Moreira Leite responsabiliza o presidente do STF, Joaquim Barbosa, por quaisquer problemas que José Genoino pode enfrentar na prisão em decorrência de seu delicado estado de saúde. Ele prevê uma tragédia política nas mesmas proporções da vivida pela morte de Vladimir Herzog. Leia:

O que Herzog pode ensinar sobre Genoino

Qualquer problema que Genoino possa enfrentar na prisão pode transformar-se numa tragédia política de consequências imprevisíveis

Ao apresentar o pedido de transferência para o regime de prisão domiciliar, o deputado José Genoino coloca uma questão complicada para o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que terá a palavra final sobre a decisão.

A solicitação de Genoino, apoiada em vários laudos médicos, deixa nas mãos do Estado toda responsabilidade por qualquer problema que possa lhe acontecer.

Se essa situação já fora juridicamente estabelecida no momento em que Genoino se tornou prisioneiro, como ocorre com todo cidadão encarcerado, ficou ainda mais clara depois do pedido de transferência, que serve como um alerta para sua condição médica.

Cardiopata grave, segundo médicos que o examinaram, qualquer problema que o deputado possa enfrentar na prisão – como uma arritmia grave, ou mesmo um enfarto – pode transformar-se numa tragédia política de consequências imprevisíveis.

A jurisprudência firmada é conhecida. Em 1975, o jornalista Vladimir Herzog foi massacrado pela tortura no DOI-CODI paulista. Três anos depois, o juiz Márcio José de Moraes assinou uma sentença que teria um peso importante na democratização do país, responsabilizando a União pela tortura e morte de Herzog.

Do ponto de vista da conjuntura política, não há semelhança entre as duas situações. O Brasil vive hoje sob o mais prolongado regime de liberdades de sua história, preparando-se, pela primeira vez desde 1930, para a sexta eleição presidencial resolvida pelo voto direto, em urna. Não há tortura nem execução de adversários políticos.

A semelhança se encontra na responsabilidade do Estado. É a mesma, num caso ou em outro.

A gravidade do estado de saúde de Genoino é um fato difícil de contestar. No final de julho ele se encontrava entre a vida e a morte quando fez uma operação de emergência na artéria aorta, que foi parcialmente substituída por um tubo de material sintético.

Dois meses depois, quando apresentou o pedido de aposentadoria por invalidez apresentado ao Congresso, Genoino incluiu uma avaliação da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre sua doença:

“As doenças da aorta,” mencionou, “são patologias com morbi-mortalidade elevada. Tanto o tratamento clínico como o cirúrgico ainda estão relacionados a elevadas taxas de mortalidade, tornando esse grupo de patologias alvo de extrema importância no tópico das patologias graves.”

No laudo que assinou depois de uma consulta de madrugada no presídio da Papuda, o doutor Daniel França registrou riscos provocados pelos problemas de coagulação de Genoino, que podem produzir trombose ou sangramento.

Se você entrar no melhor hospital da cidade, do bairro, do mundo, irá comprovar que a medicina mais avançada não abandonou o estágio de filosofia pré-socrático – quanto mais sabe, mais sabe que nada sabe. Como sabe qualquer paciente que já visitou um cardiologista, em particular, o grau de certeza dos prognósticos para doenças do coração é um dos mais incertos que se conhece.

Os casamentos entre medicina e política são antigos mas nem sempre trazem bons frutos, o que recomenda às autoridades assegurar uma autonomia respeitável aos veredictos médicos.

Para ficar na legislação trabalhista, as audiências da Justiça do trabalho estão cheias de casos que envolvem empresas que desprezaram recomendações determinadas por seu departamento médico. Não é só.

Um dos traços mais vergonhosos do regime militar consistiu em subordinar os médicos a seus interesses. Doutores que hoje escondem a verdadeira identidade dos vizinhos, dos parentes e também de filhos e netos eram chamados a aconselhar torturadores na aplicação de eletro-choques e outros maus tratos.

Em sua ausência absoluta de compromissos com a vida humana, doutores alimentavam a ilusão megalomaníaca de que haviam descoberto a fronteira científica entre a vida e a morte, definindo exatamente a hora em que a violência deveria ser interrompida – e quando poderia ser reiniciada. Em sua agonia, que envolve mistérios profundos até hoje, o ex-deputado e empresário Rubens Paiva teve a companhia de um médico dessa categoria, a quem disse o nome, momentos antes de desaparecer.

Não há, obviamente, a mais leve relação entre estes universos, de 1970 e 2013. Nenhuma.

O perigo se encontra num eventual namoro com situações de risco. O problema, aqui, não é médico, mas político.

Vivemos num país onde a noção demagógica de que a delinquência de toda natureza – inclusive no universo político -- se resolve com violência aberta e punições cada vez mais duras. Essa visão costuma ser estimulada 24 horas por dia por autoridades policiais e políticos conservadores.

São pessoas que consideram direitos humanos como sinônimos de mordomia para criminosos e garantias constitucionais como eufemismo para a impunidade. O ibope para ideias selvagens – como pena de morte – é altíssimo nesses círculos. O mesmo vale para a proposta de redução da maioridade penal.

Essa visão inclui atitudes de desrespeito pelos direitos mais elementares dos presos da ação penal 470 – e aqui também o caso de Genoino tem semelhança com os piores momentos de nosso passado.

“Morra!!!,” escreveram cidadãos com nome e endereço nas redes sociais, quando leram a notícia de que o deputado havia ingressado com o pedido de prisão domiciliar. “Morte aos terroristas,” berravam cidadãos comuns quando equipes do porão militar prendiam militantes da luta armada para encaminhá-los para salas de tortura.

O pedido de Genoino certamente irá provocar reações desse tipo.

Mas tem a utilidade de mostrar ao Brasil o caminho do Direito e da Democracia, que todos aprendemos a valorizar após um aprendizado longo e difícil.

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Contrato da Globo com Valério indica erro do STF

21/11/2013 11:10

 

247 – O blog Megacidadania publicou uma série de documentos de um suposto contrato da Rede Globo com Marcos Valério, como tese de erro no julgamento de Henrique Pizzolato na AP 470, pelo STF.

Ele foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato por ter facilitado o pagamento fraudulento de contratos de publicidade feitos entre a DNA Propaganda, de Marcos Valério, e o Banco do Brasil.

Segundo informações do blog, o contrato sigiloso confirma que a Globo pagava à DNA de Marcos Valério o “BV”, o Bônus de Volume, que nunca poderia ser considerado dinheiro público e muito menos ter sido desviado, pois se trata de uma relação particular entre duas empresas privadas, a Rede Globo e a DNA. No entanto o STF condenou Pizzolato por este “crime”.

Leia os documentos no Megacidadania.

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A Folha é o jornal mais à direita no Brasil?

21/11/2013 11:05

 

247 - Manchete do Globo: Câmara começa a discutir cassação de Genoino. Manchete do Estado de S. Paulo: Câmara quer levar cassação de Genoino ao plenário. Manchete da Folha: Câmara desafia Supremo sobre cassação de Genoino.

Conclusão natural: a Folha, da família Frias, é hoje o jornal mais à direita do Brasil. Um triste desfecho para uma publicação que teve seu grande salto na década de 80, durante o movimento das Diretas Já.

No caso específico da cassação de Genoino, apenas a Folha retratou a decisão absolutamente legal e de acordo com as normas constitucionais tomada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), como um desafio ao STF.

Aliás, a discussão mais atual no Brasil diz respeito aos abusos cometidos pelo próprio STF, cujo presidente, Joaquim Barbosa, age como um fora-da-lei, segundo manifesto assinado por juristas, intelectuais e personalidades da sociedade civil.

Nesse contexto, deve a Câmara dos Deputados submeter-se ao arbítrio ou reafirma seus valores, a própria Constituição e a independência entre os poderes?

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Cúpula do governo Alckmin cai no propinoduto

21/11/2013 11:00

 

SP 247 - É quase um strike. Um relatório entregue no dia 17 de abril deste ano ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica cita praticamente toda a cúpula do governo de Geraldo Alckmin no chamado "propinoduto tucano". A denúncia, formal, foi feita por Everton Rheinheimer, ex-diretor da Siemens, que afirmou dispor de "documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos (Mário) Covas, (Geraldo) Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM".
 
O furo de reportagem, dos jornalistas Fernando Gallo, Ricardo Chapola e Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo (leia aqui), aponta que o lobista Arthur Teixeira, denunciado por lavagem de dinheiro na Suíça, teria pago propinas ao deputado licenciado Edson Aparecido, atual secretário da Casa Civil e braço direito de Geraldo Alckmin. O documento também cita outros nomes graúdos do tucanato paulista, como os secretários José Aníbal, de Energia, Jurandir Fernandes, dos Transportes, e Rodrigo Garcia, de Desenvolvimento Econômico. Outros nomes mencionados pelo ex-diretor da Siemens são o do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) - este, também como beneficiário das propinas.
 
A denúncia do ex-diretor da Siemens tem peso importante porque é o primeiro documento oficial que vem a público com referência a propinas pagas a políticos ligados a governos tucanos. Até então, apenas ex-diretores de estatais como a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) vinham sendo citados. Rheinheimer foi diretor da divisão de transportes da Siemens, onde atuou durante 22 anos. Ele disse ainda que o cartel "é um esquema de corrupção de grandes proporções, porque envolve as maiores empresas multinacionais do ramo ferroviário como Alstom, Bombardier, Siemens e Caterpillar e os governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal".
 
No Distrito Federal, os desvios teriam ocorrido nos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Em São Paulo, ele cita os governos de Geraldo Alckmin, José Serra e Mario Covas. O fluxo das propinas ocorria por meio da empresa Procint, do lobista Arthur Teixeira, finalmente denunciado na Suíça, após dois anos de engavetamento do caso pela procuradoria-geral da República em São Paulo, por decisão do procurador Rodrigo de Grandis (leia mais aqui). Rheinheimer está colaborando com a Justiça, no regime de delação premiada. Sobre Edson Aparecido e Reynaldo Jardim, ele sustenta que "seus nomes foram mencionados pelo diretor-presidente da Procint, Arthur Teixeira, como sendo os destinatários de parte da comissão paga pelas empresas de sistemas (Alstom, Bombardier, Siemens, CAF, MGE, T'Trans, Temoinsa e Tejofran) à Procint".

Sobre o senador Aloysio Nunes e os secretários Jurandir Fernandes e Rodrigo Garcia, o ex-diretor da Siemens diz ter tido "a oportunidade de presenciar o estreito relacionamento do diretor-presidente da Procint, Arthur Teixeira, com estes políticos". Sobre José Aníbal, mencionou um assessor: "Tratava diretamente com seu assessor, vice-prefeito de Mairiporã, Silvio Ranciaro".

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ARTIGO: Desculpe-me, mas você é um inocente útil

20/11/2013 20:58

ARTIGO: Desculpe-me, mas você é um inocente útil

Vejo alguns amigos dizendo: “Então quer dizer que ser a favor da prisão de Genoíno e Dirceu faz de mim um filhote da ditadura, um reacionário ou um membro da  classe média merda?”.

Não necessariamente, mas faz de você um inocente útil.

Todos temos o direito de não gostar de alguém e não votar nesse alguém, ser mais de esquerda ou de direita. Particularmente nunca votei em Genoíno ou Zé Dirceu e nunca concordei com as suas posições, como a ampliação do leque de alianças do PT defendida por eles, onde cabe gente como Maluf e Sarney.

O que não temos o direito é de dizer: “Ele não provou sua inocência”, quando qualquer um sabe que na democracia, na lei,  cabe ao acusador “provar a acusação”.

O que não pode é fingir que não vê as fotos e histórias sobre o Genoíno, que está na “política” há 40 anos e mora há  décadas na mesma casa pequena com a família. (https://migre.me/gFCIV)

 

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Diferente do “Batman”, Joaquim Barbosa, que mora em apartamento funcional e comprou de forma imoral uma residência de um milhão de reais em Miami (https://migre.me/gFTLQ), Genoíno mora na mesma casa e na mesma rua, nunca morou em condomínio fechado ou algo que o valha, nem deu sinais de riqueza.

Você deve admitir a importância do Bolsa Família para diminuir a pobreza e do ProUni para que mais pobres tenham vagas na universidade, mas quantos conhecidos seus recusam o “óbvio” e afirmam que “não faltam médicos, faltam condições de trabalho”, mesmo você nunca tendo visto um médico desempregado, nem mesmo aquele que nunca olha para sua cara durante a consulta?

Quantas vezes você ouviu que a culpa do preço dos veículos ou do vídeo game é do governo, enquanto você sabe, que a margem de lucro praticada por nossa elite é uma das maiores e mais criminosas do mundo?

Você sabe que o dinheiro que vai para os ricos com os juros altos é infinitamente maior do que o que vai para os pobres com o Bolsa Família. (quanto custa o bolsa rentismo: https://migre.me/gFCWJ)

Você já leu ou se pegou maldizendo ocupação de terra (você ou seus amigos chamam de invasão?), feita por trabalhadores rurais, enquanto sabe que grandes empresas como a Cutrale e os grandes produtores de soja, tomam terras públicas por meio da grilagem e a protegem a bala com cangaceiros e com o apoio da justiça e de juízes corruptos?

Você já leu sobre a Escola Base” (https://migre.me/gFD7U) e sabe que a grande imprensa manipula como quer a opinião pública? Sabe que a Globo apoiou a ditadura militar e manipulou a sociedade brasileira (https://migre.me/gFDik) e que esconde a “origem” de  Marcos Valério e sua relação com o PSDB de Minas, esconde também os escândalos de corrupção em São Paulo, com um assessor do governo paulista descoberto com conta secreta e sendo julgado na Suíça? ( https://migre.me/gFDjq)

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Seja sincero: Já se pegou dizendo “bandido bom é bandido morto”, mesmo sabendo que existe um extermínio da nossa juventude pobre na periferia, enquanto os crimes dos ricos continuam encobertos?

Você já ouviu que alguém que não fez faculdade não poderia ser presidente, “porque é burro” ou “apedeuta”. Acredita mesmo que esse ódio tem a ver com as qualidades ou defeitos do governo Lula?

Você leu em algum lugar que Genoíno foi preso e torturado na ditadura. Sabe que seus algozes nunca foram presos ou julgados. Sabe que foi criada uma “tese” jurídica para condená-los sem prova agora, mas mesmo assim acha que “onde tem fumaça tem fogo?”

Assistiu na TV, em filme ou leu, que prisão em feriado ou fim de semana, é executada contra presos que podem oferecer  ”risco continuado”?  Ou seja: Matar, roubar ou fugir nesses três dias.  Sabe que os Zés estavam com a família esperando para se entregar, e mesmo assim acham que “foi pouco”, porque deveriam ter sido algemados e cuspidos, com uma horda de gente gritando “lincha e mata”?

Você tem o direito de não gostar das posições do Zé Dirceu e Genoíno, pode combatê-los e derrotá-los, mas não pode fingir que seus amigos mais reacionários não torceram para vê-los humilhados e ficaram “bravinhos” ao ver o punho cerrado em sinal de resistência, ao invés da cabeça abaixada e do rosto escondido.

Se você acha a ditadura legal, o “Mais Médicos”  uma “invasão comunista”, o bolsa família “compra de votos”, acha sem-terra “tudo vagabundo”,  considera que no mundo sempre existiram e sempre existirão miseráveis e milionários e acredita na meritocracia como desculpa para pobreza (só é pobre quem não trabalha),  você tem razão em querer prendê-los ou talvez eliminá-los. Eles são um grande perigo para tudo que você acredita.

Você está ao lado de todos que roubam dos mais pobres deste país há séculos. E pior: fazem isso com o apoio da justiça. Você está ao lado do sistema financeiro, das oligarquias rurais, dos grandes veículos de comunicação e dos saudosos da ditadura militar. Está ombro a ombro com os que querem o Brasil de antigamente, onde pobre era pobre, os poderosos cuidavam da política e de ganhar dinheiro e os trabalhadores cuidavam de dar lucro para deixar os ricos cada vez mais ricos, enquanto milhões de brasileiros morriam de fome ou viviam na miséria.

Se você acha a ditadura militar um nojo, apoia os programas sociais mais importantes da história do Brasil, pode ou não gostar de Lula e do PT, mas não concorda com julgamentos sumários e linchamento midiático e mesmo assim não entende que o julgamento do chamado “Mensalão” foi um julgamento político, desculpe-me, mas você é um inocente útil do que existe de mais retrógrado e atrasado no Brasil.

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“Fomos enganados”: como a imprensa velhaca contou os oito anos de FHC?

20/11/2013 16:57

“Fomos enganados”: como a imprensa velhaca contou os oito anos de FHC?

 

publicada terça-feira, 19/11/2013 às 13:17 e atualizada terça-feira, 19/11/2013 às 13:18

 

 

“Em 1994, enquanto meus futuros amigos mais velhos assistiam de perto aos fatos narrados em “O Príncipe da Privataria” e “A Privataria Tucana”, eu crescia na periferia de São Paulo: a família, os amigos, nós fazíamos parte da classe social que mais sofria os efeitos da política neoliberal dos governos tucanos. (…) E como a imprensa contou os oito anos de FHC. Um filme surreal. A “política de reformas”  [do FHC]resolveria todos os problemas. O Estado nos atenderia com mais eficiência, empresas mais modernas seriam incorporadas a nossas vidas, energia e telefonia seriam de primeiro mundo e mais baratas. Fomos enganados. É de indignar, dar raiva.”

por Willian Novaes, jornalista e editor da Geração Editorial

"Fomos enganados"; mas Clinton jamais se enganou - FHC, herói da imprensa velhaca

As prisões de Zé Dirceu e Genoíno não passam de um cinismo absurdo. Por que os diversos personagens citados em “A Privataria Tucana” e “O Príncipe da Privataria” sequer foram convocados para prestar esclarecimentos na mesma Justiça, na PF ou na delegacia da esquina? Por que não ganharam as manchetes? Fora o trabalho primoroso dos blogueiros sujos, Carta Capital e alguns poucos jornais. Até quando isso vai acontecer? O Zé Dirceu, em uma das entrevistas de que participei junto com o parceiro Ayrton Centeno, disse: “As nossas prisões abrirão um precedente perigoso”. Ele tinha razão: preso político em plena democracia.

Também lembrei que, em 1994, enquanto meus futuros amigos mais velhos assistiam de perto aos fatos narrados em “O Príncipe da Privataria” e “A Privataria Tucana”, eu crescia na periferia de São Paulo, começando vida profissional numa editora como office-boy. O editor da “Geração” já vivia no olho do furacão; os autores já registravam tudo; e eu, a família, os amigos, nós fazíamos parte da classe social que mais sofria os efeitos da política neoliberal dos governos tucanos, e em dose dupla: FHC em Brasília, Mário Covas aqui.

Nas franjas da sociedade, no Jaraguá, em bairro pobre, padecíamos com falta de perspectiva, desemprego, baixos salários, transporte e saúde ruins, violência. E, o pior, parecia que éramos invisíveis para os governantes.

O que entenderia melhor, durante a pesquisa para os livros acima citados. Li uma matéria de 2000, em “O Globo”, que dizia: “Tucanos rejeitam rótulo de elitistas e dizem que PSDB tem cheiro de povo”. Até então, achei que fosse exagerada uma informação sobre certo político. Mas lembrei de uma ocasião, de cinismo,  eu estava com colegas jornalistas no gabinete do tal personagem para mais uma matéria, um ex-ministro tucano que trabalhou como secretário para administrações tucanas em São Paulo. Ele havia acabado de receber uma comissão de vendedores ambulantes que protestavam na rua. Uma mulher lhe dá um abraço e um beijo ao se despedir. Ele pede um minuto para atender a imprensa. Volta esfregando as mãos cheirando a álcool e com outra camisa. Era desse jeito que o povo era tratado nos oito anos em que o PSDB mandou no país.

Lembro-me de meus pais acordando de madrugada para transportar passageiros, com a velha perua azul, atividade ilegal, mas necessária para a compra do material escolar dos três filhos. Do nervosismo do meu pai em não conseguir fazer o dinheiro do dia na oficina mecânica. Da dificuldade em pagar o aluguel. Dos calotes dos clientes. Da falta
de condições para legalizar o estabelecimento e conseguir empréstimo para investir. Do meu medo de perder o emprego. Dos primos, tios e tias vivendo com ajuda da aposentadoria da avó. Dos vizinhos dispensados após as privatizações. De amigos caindo nas drogas, no crime, matando ou morrendo nas guerras particulares ou pela mão da PM – a maioria negros.

Hoje estamos do mesmo lado: editor, autores, coautores e eu. Minha função é sempre pesquisar e checar informações e montar os nossos livros polêmicos. Entre o início de 2013 e agosto, quando saiu “O Príncipe da Privataria”, vi outro filme passar, na tela do computador ou nos arquivos: de como a imprensa contou os oito anos de FHC. Um filme surreal. A “política de reformas” resolveria todos os problemas. O Estado nos atenderia com mais eficiência, empresas mais modernas seriam incorporadas a nossas vidas, energia e telefonia seriam de primeiro mundo e mais baratas. Fomos enganados. É de indignar, dar raiva.

Mas existe e sempre existirá seriedade na função que escolhi para exercer – jornalismo. Esses livros desnudam realidades que os grandes veículos esconderam. O retrocesso para a nação. A venda do patrimônio nacional e a compra da reeleição. A imagem de FHC vendida como a do homem responsável por tudo de bom dos governos que sucederam
ao dele.

PRÓXIMA POLÊMICA

Nas próximas semanas mais um livro que supostamente deveria chamar a atenção da Justiça chegará às livrarias de todo o país. Um trabalho primoroso de um repórter reconhecido em todas as redações por seu talento.

Garanto que você não vai ler um roteiro de ficção, mas, como diria Nelson Rodrigues, ver a vida como ela é – e com os atrativos da ficção.

Basta a Justiça, que também será questionada, querer cortar a própria pele para trazer resultados, e, levantar e tirar de vez toda a sujeira jogada pra debaixo do tapete.

Ah, como neste livro alguns figurões da Justiça, do empresariado, da política são personagens reais e não inventados, não vou adiantar o título e o nome do autor, porque sabemos que poderá ter retaliações. A obra será impressa em três gráficas em estados diferentes para se ter ideia do tamanho da encrenca.

Nota do Escrevinhador

O novo livro, de que fala Willian, teve sua publicação negada pela editora mantida por um conhecido jornal conservador paulistano. Por que, hem? Há informações que poderiam levar até bem perto do campeão da rejeição? Por que é proibido falar mal do campeão da rejeição no jornal paulistano?

Nota do Escrevinhador 2

Parece-me que Willian tenta incluir-me entre os tais ‘amigos mais velhos’. Repilo a insinuação. E acrescento: “velho, um dia, sim; velhaco, nunca” (copyleft: Dr. Ulysses Guimarães).

 

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A Veja vendida a preço de banana mostra a agonia das revistas no Brasil

19/11/2013 11:38

A Veja vendida a preço de banana mostra a agonia das revistas no Brasil


Postado em 19 nov 2013
original

Quem quer comprar?

Depois dos rojões do lançamento de uma revista, vem o duro contacto com a realidade das vendas.

Sabemos todos o que está acontecendo com as revistas. A segunda maior revista de informações do mundo, a Newsweek, está no cemitério, morta por falta de leitores e de anunciantes.

A maior de todas, a Time, aliás a inventora do gênero, foi recentemente desprezada pelo mercado quando seus donos do grupo Time Warner tentaram vendê-la. Ninguém quis comprá-la, simplesmente.

Na era da internet, ninguém lê revistas ou jornais. Ponto. Repare: quando você vê alguém com uma revista ou um jornal na mão, é um idoso ou uma idosa que preferiu não abdicar de um hábito vencido pelo tempo.

Tudo isso posto, poucas coisas mostram mais esse panorama desolador das revistas no Brasil do que uma foto enviada ao DCM por Marcelo, nosso leitor.

A Veja, ignorada pelo público, estava sendo vendida ao chamado preço de banana numa banca no Largo da Carioca, no centro do Rio. Importante: não no meio ou no final da semana, quando está chegando uma nova edição. No começo, quando a revista está tão quente quanto poderia estar no mundo digital.

Lembro, em meus anos de Abril, o esforço épico, e caríssimo, feito para sustentar a carteira de assinantes da Veja na casa de 1 milhão.

Jairo Mendes Leal, meu colega de Exame e depois superintendente da Veja, operava milagres para tentar segurar uma carteira que, deixada a si própria, despencaria espetacularmente. (A real carteira, hoje, deve estar entre 100 000 e 200 000 exemplares.)

O objetivo disso era duplo: primeiro, manter a imagem de revista de grande circulação. Segundo, captar anunciantes, a 70 000 reais a página ou coisa parecida, por causa da carteira inflada.

Quem de nós não conhece alguém que, mesmo sem ter renovado a assinatura, continua a receber a Veja?

São conhecidas ações beneficentes feitas com dinheiro público por prefeitos e governadores amigos: eles compram lotes de assinaturas e enviam para escolas estaduais e municipais, onde alunos conectados à internet simplesmente ignoram a revista, logo arremessada à reciclagem.

Com todo o malabarismo, repare que a circulação no final da década de 1980 era a mesma de hoje – com a diferença de que era real.

Maus editores contribuem para o declínio, é verdade. Mas ainda que a revista fosse tocada por jornalistas como Mino Carta ou JR Guzzo, os que a levaram aos dias de glória, mesmo assim a internet faria seu trabalho assassino.

Quando a posteridade estudar a morte das revistas no Brasil, e particularmente a da Veja, que há 30 anos fez época no jornalismo brasileiro, a imagem acima dirá mais do que qualquer coisa.

Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

 

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